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Retornando ao trabalho | COVID-19

Retornando ao trabalho | COVID-19

O mundo após o Covid-19 será diferente.

Como não há como prever os próximos 12 a 15 meses, e dependemos de previsões (positivas ou negativas), o mundo dos negócios contemplará políticas e modelos mais adaptáveis, ágeis e resilientes.

A nova realidade vai exigir avançar, quando possível e seguro, ou retrair, assim que haja uma necessidade, ou iminente risco de elevação da contaminação.

A “nova normal” demandará formular novos protocolos de mitigação para apoiar e proteger os funcionários, que estão ansiosos para trabalhar, mas preocupados com o risco da contaminação pelo vírus.

Conforme os dados do John Hopkins University, New York Times, OMS e mais, podemos analisar os possíveis cenários.

Pior cenário Melhor cenário
Imunidade Imunidade de pessoas infectadas (anticorpos) não funciona ou tem duração curta (alguns meses) Anticorpos que protejam de nova infecção por 1 – 3 anos
Desenvolvimento de vacina Não há vacinas eficazes de prevenir o vírus Produção em massa de vacinas a partir do 2º semestre de 2021
Tratamento da doença As 5-10 opções atuais de tratamento da doença são ineficazes. Um ou mais dos 100 potenciais tratamentos, terá eficácia e disponibilidade no fim de 2020

Os efeitos devastadores da epidemia sobre o mercado global de trabalho estão pressionando todos os países a  retornar as atividades produtivas, assim que seja viável;

Em pesquisa feita em abril 2020 nos Estados Unidos, 50% dos entrevistados mostraram preocupação sobre a economia, e apenas 25% sobre infecção.

A estimativa que a epidemia resultará numa redução de 7% nas horas do trabalho no mundo, quer dizer perda de 200 milhões de postos de trabalho.

Até o fim de abril 2020, o número dos desempregados em diversos países foram:

  • Estados Unidos – 30 milhões
  • França – 10 milhões
  • Reino Unido – 3 milhões
  • Brasil – (devido a pandemia) o desemprego pulou de 12 milhões para 17 milhões

O Retorno ao Trabalho

Toda empresa terá que avaliar como a Covid-19 afetou a demanda dos produtos/serviços dela e a cadeia de suprimentos, analisando as formas de estimular esta demanda.

Esses fatores ajudarão os executivos de cada empresa estimar quantas pessoas são necessárias para retornar fisicamente ao trabalho para atender a “nova” demanda.

Acreditamos que em várias empresas, o número necessário de funcionários será radicalmente diferente da situação pré Covid-19, exigindo de cada empresa um trabalho com mais eficácia e eficiência.

Nos últimos meses, muitas empresas aprenderam novas formas de trabalhar: o trabalho remoto (home office) comum em diversos países, porém pouco difundido no Brasil, automação de parte das tarefas e modificação dos processos.

Algumas empresas descobriram que parte do trabalho (feito no passado) não é mais necessário.

Empresas devem retornar funcionários em fases, aumentando os números com o tempo, mas, preparadas, igualmente, para reduzi-los em caso de revés na saúde, pois até a vacinação em todos países, novos surtos da Covid-19 são inevitáveis em países, comunidades e locais de trabalho.

Por este motivo, as empresas deverão criar equipes ágeis e escaláveis para se ajustar e criar resiliência no ambiente operacional tão fluido.

Guiadas por exigências inegociáveis de segurança, as organizações aprenderão em responder para as novas condições em cada lugar, se adaptando, ajustando prioridades e recursos entre as equipes.

Compreendendo quantas pessoas e quem deve retornar para as instalações da empresa, ‏ é apenas o primeiro passo da recuperação. O real desafio é como manter os colaboradores seguros num ambiente de constantes mudanças e como mitigar os riscos dos colaboradores ao retorno ao trabalho.

Colaboradores podem ter dificuldades com o cuidado aos filhos (caso as escolas continuem fechadas) ou com o transporte para o trabalho, lembrando, que independente das ações da empresa, poderá ocorrer um revés do surto na cidade onde a empresa funciona ou na cidade/bairro onde o colaborador reside.

Para poder melhor definir os riscos do retorno dos colaboradores ao trabalho, é fundamental conhecer e endereçar alguns  fatores de risco:

  • Proximidade entre os funcionários;
  • Número de diferentes contatos (por dia);
  • Duração da interação entre colaboradores;
  • Utilização/uso de itens em comum;
  • Capabilidade de rastrear (e remover) pessoas contaminadas e proteger colaboradores de contato com elas;

Levando os fatores de risco acima mencionados, cada empresa criará protocolos e políticas para mitigar os riscos adequados para cada local de trabalho:

  1. Saúde
    • Análise dos riscos de cada colaborador;
    • Política de teste e triagem (de funcionários e familiares);
    • Políticas de Quarentena;
    • Manual sobre uso de equipamento de proteção pessoal;
  2. Espaço Físico
    • Configuração dos espaços (entre colaboradores), instalar divisórias de proteção
    • Protocolos de limpeza, inclusive de limpeza constante dos filtros do ar condicionado;
    • Limitações de interações (fechar áreas comuns);
  3. Distribuição dos colaboradores
    • Identificar cargos que podem ser realizados em Home office em tempo integral
    • Adaptação das rotinas de trabalho entre On-site & Home Office.
  4. Políticas de RH
    • Adequação salarial e/ou benefícios para equipe on-site
  5. Políticas de Viagem
    • Protocolos para uso de transporte público;
    • Limitar as viagens de negócios.
  6. Interação com pessoas externas
    • Definição de formato de interação (pessoal / remoto)
    • Triagem de pessoas externas

O retorno das empresas para o trabalho significa mudar o “modus operandi”.

Não há como seguir da mesma maneira (como antes do couvid-19); teremos novos procedimentos para um contato seguro.

Os colaboradores precisam estar confiantes e se sentirem seguros;

No futuro próximo, a segurança dos colaboradores e o futuro do negócio exigem que algumas regras sejam rigorosamente implementadas em todos os níveis hierárquicos, sem exceção, pois o vírus é altamente democrático e não escolhe o hospedeiro.

A crise da saúde pública e a ruptura econômica do Covid-19 estão longe de terminar.

Empresas, cujos  líderes aumentam a confiança em suas organizações e colocam

empatia, transparência e humildade como prioridade, estarão mais bem preparadas para mudanças inesperadas no caminho a seguir.

por Ofer Henkin

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